Bom... Com o assombro da
gripe do porco, muita gente se desesperou e resolveu vender seus ingressos e passaportes para o
Festival de Inverno Bahia (FIB) para não correr o risco de contrair a doença. Daí o porque de os preços dos ingressos terem despencado na hora dos shows (
coitados dos cambistas!). Gostaria muito de poder dizer aqui que
quem não foi, perdeu, mas não é bem assim.
A quinta edição do
Festival de Inverno Bahia era pra ter se tornado uma espécie de celebração, afinal um ciclo estava se fechando, mas não foi. A grade foi fraca e se revelou mais fraca ainda no decorrer do Festival. Nunca assisti a shows tão desanimadores. Houve um ou outro que salvou a noite, mas, no geral, decepção. Ainda assim, é impossível negar a importância do
FIB para Conquista.
Na sexta-feira (21/8), um calor atípico surpreendeu o público, o que fez a animação ficar em alta.
Mart´nália foi a primeira a subir no palco principal e fez uma apresentação bacana com muita batida e samba de raiz. Logo depois veio
Zélia Duncan com um repertório cheio de baladas que pouco empolgou o público que ansiava por um show mais agitado, digno do
Festival. Se fosse uma apresentação num teatro, ela teria tido mais sucesso. O
Natiruts subiu no palco meio atrasado, mas, para compensar, fez a melhor apresentação da noite. Conquista tem uma grande legião de
reggaeiros que levou sua
vibe positiva ao evento. O último a subir no palco foi
O Teatro Mágico, que eu não assisti devido ao grande atraso e ao cansaço. Ouvi dizer que foi bonitinho, encantador, mas que não é um show para o
Festival. Uns amaram, outros não tiveram animação para assistir. Além do palco principal, houve apresentação da banda
Excalibur, DJ Trindade e Zéu Britto – que foi o ponto alto dos palcos alternativos - na
Tenda Alternativa Club Social;
Edigar Mão Branca, Xâmego Proibido, Candango Doido e Forró Kiribamba no Barracão Forró Universitário Bradesco e um DJ mega antenado no palco do camarote, que não deixou a animação cair durante os longos intervalos dos shows do palco principal.
A noite de sábado (22/8) começou desfalcada. Titãs, uma das bandas mais esperadas do
Festival não se apresentaria devido às más condições climáticas que impediram o pouso seguro da aeronave que os trazia (a versão oficial da
Assessoria do Festival, uma entre tantas outras que já ouvi). Isso mesmo. O tempo virou de vez e o mega calor atípico de ontem deu lugar a um frio de cortar a pele, bem característico de Conquista nesta época do ano. No lugar do Titãs, se apresentou a
Formidável Família Musical para um público praticamente inexistente. Eu, particularmente, não gostei nada da apresentação deles.
Viajei totalmente na escolha da substituta. Antes não tivesse tocado ninguém. Logo depois da “Grande Família Musical” (apelido carinhoso dado à banda por alguns dos meus amigos), o
Festival foi ao delírio com a vibração de
Marcelo D2, que mandou muito bem e trouxe a
vibe de volta à noite de sábado, fazendo a melhor apresentação da noite até mesmo na opinião dos que não conheciam muito bem o seu repertório e estilo.
Carlinhos Brown entrou em seguida. Ao contrário do que eu esperava, não gostei do show. Sei lá. Eu esperava mais, principalmente depois do cancelamento do Titãs. Achei que Brown faria a melhor apresentação da noite, como o tão comentado
pocket show que ele fez durante o lançamento do
FIB, mas ele precisou apelar para os sucessos do
Axé pra embalar o público. Ele foi transgressor colocando o
Axé Music no palco principal do maior evento
Pop Rock da Bahia, sem dúvidas, mas teve que ser porque ninguém estava gostando da sua apresentação
Rock´n Roll. Eu, pelo menos, não tive a menor paciência. Agora a minha tristeza foi não poder assistir ao show da banda
Moinho. Estava louca e ansiosa para vê-los, mas o atraso da chegada deles ao evento, o frio que fazia e o cansaço do meu marido, que estava a trabalho no
Festival desde a terça-feira anterior, me fez querer a minha camona macia e quentinha. Soube que a Moinho arrasou com sua energia, repertório e simpatia. Ah!! Durante os intervalos dos shows no palco principal, a banda
Abadaba fazia uma apresentação acústica no palco do camarote, colocando todo mundo pra dançar e espantar o frio. No
Barracão Forró Universitário Bradesco se apresentaram
Lordão, Fiá Paví, Fulôr de Cangaço e Rony Barbosa. E na
Tenda Alternativa Club Social, DJ Tony e Ladrões de Vinil fizeram a alegria do público. A Formidável Família Musical estava escalada pra tocar na Tenda, mas como houve o remanejamento por causa do Titãs, a banda se apresentou no palco principal e não tocou mais na Tenda. Uma vez só basta, né, gente?!
No domingo (24/8), a expectativa por apresentações que salvassem o
Festival de Inverno Bahia. Ainda tinham Mallu Magalhães, Skank e Biquíni Cavadão. Para a surpresa geral, o palco principal teve uma atração surpresa pra iniciar a noite, o
DJ Marcos Bocayuva, apresentador do palco principal do
FIB deste ano, com um
set animado e de acordo com o ritmo da noite. No meio da badalação, percebi quase que um sussurro vindo do palco:
“Boa noite, eu sou Mallu Magalhães”. Ela parecia muito tímida, mas foi bem acolhida pelo público que conhecia seu repertório e se mostrou fã, deixando-a mais à vontade para fazer uma apresentação bacana para a última noite do
Festival. Logo depois, o
Skank subiu ao palco principal e mostrou a que veio com um show dançante que misturou músicas novas com seus maiores sucessos na dose perfeita. Quem podia me ver, percebeu que eu estava curtindo horrores, quase enlouquecida. Para arrematar a apresentação, rolou até um bis. No embalo do Skank, veio o
Biquíni Cavadão para fechar a noite com chave de ouro. Sim. O Biquíni Cavadão atendeu a todas as expectativas do público que o esperava ansioso desde a sua apresentação na primeira edição do
Festival e seu retorno pouco tempo depois à cidade para um show promovido também pela TV Sudoeste. Gostei muito do show, mas não achei muito diferente das outras apresentações que havia assistido deles em outras ocasiões (na antiga LZ, FIB 2005, Sauípe Fest 2005 e o tal Show da TV) a não ser pela inclusão de sucessos de outras bandas que foram regravados em seu último disco
80 Vol. 2 – Ao Vivo no Circo Voador. Pode-se dizer que eu até já sabia a hora exata que ele ia jogar água no público. Não foi surpreendente, foi o esperado. Assim, o meu troféu
The Best Show of Festival de Inverno Bahia 2009 goes to Skank. Usando o clichê:
o Skank escancarou!!.
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