quarta-feira, 11 de maio de 2011

Teoria da Conta Corrente

Como está explícito em meu perfil, eu sou a Diva, cidadã e observadora do mundo. Não sou a dona da razão e nem tenho a pretensão de sê-lo, mas aqui neste meu querido bloguinho de bem digitadas linhas, me dou o direito de expressar livremente a MINHA razão, cometer alguns vários sincericídios, falar bobagens, futilidades mil e também coisas bem mulherzinha. Também sou publicitária de formação e (micro) empresária por opção, e resolvi me aventurar a escrever por hobby e por uma necessidade extrema de "botar pra fora" e compartilhar pensamentos e observações sobre moda, cultura, tendências, eventos, gongações, coisas sérias e futilidades de uma forma leve, descontraída, às vezes meio ácida, mas muito bem humorada. Tudo isto não me impede de transcrever aqui textos de outras pessoas (com seus devidos créditos, claro!), que me tocaram de alguma forma.
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Bom... Todo este rodeio é só pra dizer que este post é um texto que eu gostaria muuuuuuito de ter escrito devido a algumas observações que tenho tido acerca das gratidões/ingratidões alheias e consequentemente Créditos Podres que a gente acaba tendo pela vida. O texto é da Laura, A Bonitona Encalhada, que continua bonitona, mas nada encalhada, e foi escrito em 2009, mas é atemporal. Faço das palavras dela, minhas palavras.=D
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Teoria da Conta Corrente
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Considerando que há tempos eu não venho teorizar neste blog nosso de cada dia, hoje decidi retomar o hábito e contar uma teoria nova: a teoria da Conta Corrente dos relacionamentos.
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No filme Tropa de Elite, o Capitão Nascimento, brilhantemente interpretado pelo Wagner Moura, ao subir o morro numa operação que garantiria a segurança do Rio durante a visita do Papa, matava um aqui, outro acolá e usava a expressão "bota na conta do Papa". Não é que o Papa tivesse mandado matar, nem nada disso, mas era uma espécie de custo implícito da visita de sua Santidade. Em outras palavras, era uma consequência da presença papal nas nossas vidas por aquele período.
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Nos nossos relacionamentos, a coisa funciona mais ou menos desse jeito. Cada um de nós tem uma Conta Corrente, em que as pessoas creditam ou debitam ações.
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Um jantar maravilhoso, um sorriso perfeito, um jeito certo de passar a mão nos seus cabelos, tudo isso são créditos. Uma mentirinha aqui, um resmungo sem razão, uma cortada na frente dos amigos, tudo são débitos. E vai pra nossa Conta.
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Você é muito brava e brigou com TODOS os amigos do seu namorado? Isso vai automaticamente pra sua Conta. Débito que você vai ter que rebolar pra gerar créditos suficientes para sua Conta-Namoro voltar a ter fundos.
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A Conta Corrente da nossa vida é assim, a gente vai creditando os bônus pras pessoas, e vai debitando as coisas ruins, porque, ninguém é perfeito, né?
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Além disso, em se tratando de Contas de bonitões enroladores, também debitamos o esforço sobre-humano de fazermos pé, mão, sobrancelha, escova, depilação completa e o juros da expectativa pela saída. Ou seja, o moço para na porta da sua casa já devendo um bocado. E, nesse contexto, ninguém vai discordar que um lanche na praça de alimentação no shopping não cobre nem a entrada do investimento, não é? Assim, se o beijo for muito extraordinário, o papo sensacional e a química inigualável, talvez ele saia com algum crédito. Talvez.
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Obviamente, assim como Conta Correntes, você pode perder tudo numa só vez: uma atitude indesculpável (uma traição ou uma agressão física, sei lá) em que os débitos te deixem tão no vermelho que você vá direto para o SPC/SERASA. A bolsa quebrou, não foi? As economias de uma vida podem ser perdidas num passo maior que a perna...
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Como a Conta Corrente do banco fica vermelha, as nossas Conta Correntes afetivas também ficam: de raiva, de ódio, de vergonha, de tanto chorar...
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Por outro lado, há pessoas que vão em grandes ou pequenos gestos, acumulando uma verdadeira fortuna amorosa. E essa é uma boa medida do sucesso de uma relação. Aquele telefonema diário de bom dia pode cobrir um happy hour que, excepcionalmente, dure até mais tarde. Um bilhetinho lindo no meio do seu livro novo pode compensar um dia de braveza injustificada. E, aos poucos, vai se construindo um relacionamento sólido e feliz.
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Tem gente que cobra juros muito altos pelas nossas dívidas. Uma bobagem qualquer vai crescendo no tempo, crescendo e acaba arruinando um tanto de créditos bons. Outras pessoas, não cobram juros, nem os débitos em si, e acabam esgotadas e emocionalmente falidas de tanto dar sem receber.
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De um jeito similar, existem também créditos afetivos podres: você atribui créditos a pessoas que não os merecem (pessoas que, na sua frente agem de um jeito e, por trás, de outro, completamente diferente).
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Outra coisa interessante é que a gente pode emprestar créditos de felicidade e amor pras pessoas, numa corrente do bem, sabe? Acredito nisso, e conheço pessoas sempre dispostas a me fazer um empréstimo. E eu, sempre que posso, também tento distribuir créditos por ai.

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